O simples sentido da
palavra estoicismo que ao ser pronunciada evoca a ideia de uma virtude austera
e talvez altiva, leva em si a derivação dessa doutrina filosófica, uma
verdadeiramente e admirável moral.
O
fundador dessa tendência filosófica, fecundo ramo moral de árvore anterior,
porem enraizada e frondosa por contra própria, foi Zenon (Zenão), Natural de
Kitium, na ilha de Chipre (326-246 a.C). Nessa stoa(galeria), de onde a escola
tirou o nome de estóica e de estóicos, os seus seguidores, Zenon ensinou suas
doutrinas até o ano 300 a.C.
Zenon foi discípulo e
grande admirador de cínico Krates;
também estudou os platônicos e os megarenses e, com o que acreditava ser
o melhor deles, com a pureza das doutrinas de Sócrates e de seus discípulos e o
que de novo, viril e enérgico havia nos ensinamentos dos cínicos (sofistas) compôs
sua doutrina, que tendia a estabelecer uma moral prática e a ensinar os homens,
não apenas por palavras, mas principalmente mediante o exemplo. Isso quer dizer
que enquanto na física restaurou o materialismo dinâmico de Heráclito, na ética
aderiu ao cinismo, levando a finalidade do próprio contentamento, proposto por
esse, até a exigência da vitória sobre todos os defeitos.
“Os estóicos – diz Condorcet
– fizeram consistir a virtude e a
felicidade na posse de uma alma insensível perante o prazer e a dor, livre de
todas as paixões, superior a todos os temores, não reconhecendo outro bem que
não fosse a virtude, nem outro mal que não fosse o remorso. Acreditavam que o
homem tinha poder de sobra para atingir tal altura de desenvolvimento de uma
vontade firme e constante e que assim, independente da fortuna e sempre dono de
si mesmo, chega a ser inacessível ao vício e à desgraça”.
Marco Aurélio
Os estóicos vem para resgatar mais uma vez a ética dos
homens ensinando-os a pureza e a razão. Segundo os estóicos, um único espirito anima todo o mundo e está presente em
todas as partes, se é que ele mesmo não seja tudo e que não exista outra coisa
a não ser ele mesmo. As almas humanas não suas emanações. A alma do sábio no
momento de sua morte reúne-se a esse espirito universal. A morte, seria, pois,
um bem se, para o sábio, submetido as leis da Natureza e bloqueado para tudo o
que vulgo chama de mal, não houvesse maior mérito que considera-la uma coisa indiferente.
Essa verdadeira filosofia
moral, bem, como a pureza e a serenidade de sua vida, que jamais contradisse
sua doutrina, valeram a Zenon um reconhecimento tal que ainda que não fosse cidadão
ateniense, nem tendo adquirido jamais esse direito, recebeu maiores honras em
sua pátria adotiva: dois reis gregos mantiveram correspondência com ele e
quando morreu foi enterrado com toda pompa e solenidade por conta da república,
que ainda publicou um decreto proclamando que merecia a estima de todos por sua
grande sabedoria e elevada categoria moral.
Sêneca
Das mãos de Zenon, a
escola cínica saiu fortalecida, melhorada, purificada, e sua grande sabedoria e
virtude contribuíram para difundir o estoicismo primeiro na Grécia e logo
depois pela Itália.
Outros estóicos após Zenon
são: Perseo de Kitium, Chrisippos de Selos considerado o segundo fundador da
escola estóica, um dos mais profundos representantes do estoicismo, Aristón de
Chios, Dionísio de Heráclea e Hérilo de Cartago que deixou 705 obras de leitura
fatigante, porém cheias de erudição e citações de outros autores.
Outro importante estóico
foi Diógenes da Babilônia ( em torno de 240-152 a.C) rendeu homenagem em seu
livro Sobre Minerva, à explicação alegórica dos mitos, próprias da escola.
Dele, Filodermo conservou alguns fragmentos interessantes, em seu tratado Sobre
Música.
Panécio de Rodes, mais
moderado e conciliador do que a maioria dos estóicos, em Roma fes amizade como
Escipion Emiliano, o destruidor de Catargo, e o acompanhou em suas viagens ao
Egito e Ásia. Um de seus tratados serviu de modelo para Cícero. Sua teoria
politica não so foi adotada por Políbio,
mas por meio de Cícero, influiu no rascunho que Montesquieu fez na monarquia
constitucional.
Panécio foi o fundador da
segunda escola estóica, escola que suavizou o rigor da primeira, graças ao que
tomou de outras doutrinas, especialmente das socráticas, através dos platônicos.
Seu discípulo Posidônio de
Apamea, da Síria (135-51 a.C), fundou em Rodes uma escola onde Cícero escutou
seus ensinamentos. Pompeyo também o honrou, visitando-o duas vezes.
Entre os estóicos gregos
que ensinaram em Roma, um dos mais notáveis foi Cornuto, mestre e amigo de
Pérsio, que sentia por ele tanta admiração que o comparava a Sócrates; foi exilado
por Nero.
Cícero
Sêneca, o mais ilustre dos
estóicos romanos, foi seu verdadeiro representante, até surgir Epíteto, como
diz S.Reinach subiu ao trono com Nerva e foi a religião dos imperadores até a
morte de Marco Aurélio. Tal Como disse Renan, Com aguda clarividência: “Donos do império, os estoicos o reformaram
com as suas doutrinas e foram os dirigentes dos mais belos anos da história da
humanidade”.
Sendo assim Epíteto,
Sêneca e Marco Aurélio marcos o estoicismo como o renascimento da virtudes e da
ética.